23.12.07

Venezuelanos apostam mais na liberdade de imprensa que brasileiros


Para os venezuelanos, a imprensa tem liberdade de atuar de forma “precisa, verdadeira e imparcial”. Já os brasileiros não vêem essa liberdade na mídia nacional. Pelo menos este é o resultado de uma pesquisa encomendada pelo Serviço Mundial da BBC. Sessenta e três por cento dos venezuelanos acreditam na liberdade de imprensa local, enquanto entre os brasileiros, o índice cai para 52%. No ranking mundial de liberdade de imprensa - organizado pela Repórteres sem Fronteira (RSF) - o Brasil ficou em 84º lugar, enquanto a Venezuela está em 114º.


Como mostra a BBC Brasil, o estudo ouviu 11.344 pessoas. Todas responderam um questionário, cujo resultado foi divulgado nesta segunda-feira (10/12), como parte das comemorações dos 75 anos do Serviço Mundial da BBC.

O relatório aponta que “a percepção dos venezuelanos sobre o desempenho da mídia é consideravelmente mais positiva do que em outros países da América Latina”. Quarenta e dois por cento dos venezuelanos avaliaram como “bom” o trabalho dos órgãos de comunicação controlados pelo governo. No Brasil e no México este número é de 25%.


Primeiros lugares
A imprensa é livre para 81% dos quenianos. Já na Índia, 72% consideram que há liberdade de imprensa no país. A Nigéria ficou em terceiro lugar, com 66%. O menor índice ficou com Cingapura – 36%. A média geral obtida nos 14 países pesquisados ficou em 56%.


Os entrevistados tiveram duas opções que tratam da liberdade de imprensa e estabilidade social. O estudo apresenta duas afirmações e pede para que eles digam o que se aproxima mais de sua visão. A primeira diz que a liberdade de imprensa “para relatar as notícias de maneira verdadeira é muito importante para assegurar que se viva em uma sociedade justa, mesmo que em alguns momentos (as notícias) levem a debates desconfortáveis e efervescência social”.


Já a segunda afirma que “enquanto a liberdade de imprensa para relatar os fatos de forma verdadeira é importante, a harmonia social e a paz são mais importantes, o que em algumas vezes significa controlar o que é noticiado pelo bem comum”.


Cinqüenta e seis por cento deles marcaram a primeira afirmação, 40% a segunda e 4% não soubera ou não quiseram responder.


O relatório aponta que os que destacaram a liberdade de imprensa têm visão mais crítica sobre a isenção dos meios de comunicação. Alemães, americanos e ingleses não avaliaram tão bem o desempenho da imprensa quanto à precisão e honestidade.


A pesquisa, realizada entre 01/10 a 21/11, também compara o desempenho do trabalho os veículos de comunicação públicos e privados, a preocupação sobre a crescente concentração das empresas de comunicação e o desejo de participação da população sobre o que sai na mídia.


Publicado oficialmente no Comunique-se, em 10/12/2007


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