5.1.10

"Em português, entre cinema e televisão, prefiro fazer televisão"

Em entrevista à revista Muito (do jornal A Tarde, 03/01/10), o diretor Fernando Meirelles fala sobre o seu trabalho, novos projetos e os desafios da carreira, além de criticar o governo Lula e declarar apoio à Marina Silva. Selecionei alguns trechos que achei interessante.

“Você faz um filme com muito sucesso no Brasil e tem três milhões de telespectadores. Se faz um fracasso na televisão, tem 18 milhões. Então eu prefiro o fracasso na televisão do que o sucesso no cinema. Mais pessoas vão assistir. Muito mais pessoas viram o ‘Som & Fúria’ do que o ‘Cidade de Deus’ (...) estou começando a achar que série para tv, minissérie com 12, 13 episódios, atualmente está mais interessante do que cinema”

“No exterior, eu sempre elogio muito o Brasil. Falo que o Brasil está num momento ótimo. Não faço crítica, sou um verdadeiro '171' do Brasil”

“O Lula se vê como o novo Brasil, o cara que está criando o novo Brasil. Lula é o fim. Começou lá com Getúlio Vargas um novo Brasil, do trabalhismo. Depois teve o Juscelino, em busca do crescimento. Na Ditadura militar, aquilo do Brasil grande, 'vamos crescer'. Lula é o último, ele está fechando um ciclo de acelerar o crescimento. Esse discurso dele é velho, acelerar o crescimento é tudo que a gente não pode, no mundo não cabe mais. Não tem mais recurso, não tem mais minério, não tem mais peixe, não tem mais água. Não dá pra gente crescer mais. É um outro paradigma. A gente tem que aumentar qualidade, tem que racionalizar, trocar a indústria de produção e consumo de bens pela indústria de produção e consumo de cultura, de educação, que isso é sustentável”

“Estou apoiando nessa eleição a Marina Silva porque ela tem essa sacada (do sustentável). O Serra também é de um Brasil velho. Aí você vê a Marina Silva falar que não é isso. Esse mundo acabou. É um outro mundo que a gente precisa, esse a gente já viu que não vai dar certo. Ela é novo, o Lula é o último do velho”

“O filme (do Lula) começou a ser gerado pelo menos quatro anos atrás, não tinha Dilma, não tinha nada. Não foi pensado em ser um filme para apoiar. Foi uma coincidência de datas, não acho que os produtores pensaram nisso. Mas, claro, eu vou assistir o filme”

Confira entrevista na íntegra no CineInSite

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