18.7.10

A inteligência emocional dos cães


Cães usam a linguagem corporal e expressiva para fazer com que os donos entendam suas vontades, como comer, brincar, dormir. Mas quais são os códigos de conduta que eles seguem? Existe uma moral canina?

Para Marc Bekoff, professor de Ecologia e Biologia Evolucionária da Universidade do Colorado, nos Estados Unidos, e especialista em comportamento e emotividade no mundo animal, os animais possuem uma inteligência emocional e moral. “Há pouco tempo realizei um estudo que mostrou que os animais possuem regras de conduta, que sabem diferenciar o que é certo e o que é errado, e que esperam ser tratados com justiça”, explica Bekoff.

De acordo com a inglesa Sophie Collins, autora do livro “Cachorros Falam: Entenda a Linguagem Corporal dos Cães” (Editora Ediouro), os cachorros são tão sociáveis quanto nós, apenas possuem uma forma distinta de comunicação. “Nós os entendemos pela observação e pelo conhecimento; eles nos entendem a partir dos resultados. Eles podem não entender o que dizem seus donos, mas podem captar rapidamente para que servem palavras como “hora de comer”, “não!”, e assim por diante”, explica a especialista.

No livro “Wild Justice: The Moral Lives of Animals” (na tradução literal: “Justiça Selvagem: A Vida Moral dos Animais”), ainda inédito no Brasil, Bekoff define a moral como um conjunto de comportamentos cultivados para regular as interações sociais. No mundo animal, ela também existe, como, por exemplo, durante as brincadeiras: “Estudamos como a moral funciona em animais como lobos, coiotes e cães domésticos, e quando estes diferentes grupos brincam entre si, cada um está constantemente tentando seguir as regras, como ser honesto e não morder muito forte”.

No entanto, o especialista afirma que a moral dos animais é bem diferente da dos seres humanos, mas isso não quer dizer que ela não exista – mesmo que eles não tenham a capacidade de crítica e reflexão sobre valores. “Cães e gatos, por exemplo, sabem o que é adequado e o que não é de acordo com o que é permitido em diferentes situações, seja com pessoas ou com outros animais”, revela o especialista.

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