9.9.10

Entrevista com Renato Prieto, o André Luiz de Nosso Lar


Em Vitória da Conquista para divulgação do filme Nosso Lar, ontem (08/09) o ator Renato Prieto esteve na 57ª Semana Espírita. No mesmo dia em que o longa quebrou mais um recorde ao alcançar a marca de um milhão de espectadores no cinema. Até então, um filme só havia alcançado um milhão em bilheteria no sétimo dia em cartaz, Nosso Lar chegara às telonas há cinco dias. Em entrevista, Prieto me falou um pouco sobre sua carreira, o filme e o desafio de interpretar André Luiz. Confira:

Ator e diretor com 25 anos de estrada, o espírita Renato Prieto formou-se em teatro pelo Conservatório Nacional de Teatro, uma das mais importantes escolas para atores do Brasil. Sua estréia nos palcos foi numa peça de Millôr Fernandes, ao lado de nomes como Grande Otelo e Ary Fontoura. Fez programas de TV e dirigiu shows do Projeto Pixinguinha. Sua carreira é marcada pelos trabalhos dedicados à doutrina codificada por Allan Kardec. "Sempre deixei um tempo separado para dirigir ou atuar em espetáculos com esta temática", ressalta. Ao todo são doze peças de teatro voltadas para o espiritismo, assistidas por mais de 5,5 milhões de pessoas. Para interpretar André Luiz no cinema, Renato Prieto confessa que teve de sacrificar o próprio corpo, pois emagreceu quase vinte quilos em 45 dias e teve de deixar crescer os cabelos e a barba.


Qual a expectativa do senhor com relação ao filme?
Acredito que vamos ter boas notícias em relação ao filme todos os dias e cada vez mais. Espero que os espíritos [encarnados] se juntem e voltem mais uma, duas, três vezes ao cinema levando os amigos. Isso vai nos levar muito mais longe do que possam imaginar. Esse é o momento, a orquestração é da espiritualidade. Ela decidiu que assim será, e será.

Esse é o seu primeiro trabalho no cinema com a temática espírita?
Já tinha feito algumas participações afetivas, como convidado de diretores amigos. Como a minha dedicação sempre foi muito grande em relação ao teatro, ele que me abriu espaços no sentido de protagonizar e fazer grandes personagens, com isso fui adquirindo maturidade, crescendo, melhorando e evoluindo para me preparar para este grande momento que é viver o personagem André Luiz e dá esse presente ao povo brasileiro.

Nosso Lar pode ser considerado o seu principal trabalho?
É um importante trabalho devido ao momento, pelo que ele é, pela história que conta, pelo livro... Todos os trabalhos que eu fiz têm sua importância por algum motivo. Eu tenho um afeto muito grande pelo que eu faço, sempre fui um profissional que não fez qualquer trabalho. Eu nunca gostei de emprego, eu sempre gostei de trabalho. Sempre escolhi muito bem os personagens que me davam possibilidade de foco, desafios e crescimento. Os diretores me chamam de ator camaleônico, pois eu mudo facilmente de pele de acordo o personagem. O André Luiz na tela é um, o Renato Prieto aqui é outro. Eu gosto disso, mudo com facilidade de voz e de tipo.

Como espírita, foi mais fácil o papel de André Luiz?
Facilita pela compreensão e conhecimento que eu tenho da doutrina espírita. O que ajuda, mas que não me deu facilidades. Por conta disso, eu tive que estar muito mais responsável e mais disciplinado. Tive que me dedicar, estudar e ficar atento ao diretor Wagner de Assis, ao meu treinador Christian Dufort e às lições diárias de disciplina.

Como é fazer um filme que, ao chegar aos cinemas, irá atingir um público muito diverso e, ao mesmo tempo, retrata questões delicadas da doutrina espírita?
Todo mundo que está na matéria quer saber de onde veio, o que está fazendo aqui e pra onde vai. Todo mundo que está no corpo quer saber por que existem diferenças sociais, morais e culturais. A doutrina espírita codificada por Allan Kardec explica muito bem essas coisas todas, apazigua, responde e ajuda. Eu acredito que o cinema, a televisão, o teatro e todos os meios de comunicação que falam de espiritualidade, na verdade, falam a um inconsciente coletivo, todo mundo quer saber, quer viver melhor e viver em paz. A mídia responde a isso e, por isso, o sucesso.

Como o ator encara o desafio de fazer uma história que para alguns é apenas uma ficção, enquanto que, para os espíritas, é uma realidade?
Com disciplina. Eu estava ali para contar a história do André Luiz como ele contou: "a minha história é assim e eu gostaria que ela ajudasse as pessoas a viver melhor no planeta, eu já desencarnei, veja pelo que eu passei, olha o que você pode tirar de mim e procure não passar por isso". O espírita olha aquilo e entende. E segundo pesquisas já feitas, mais de 90% das pessoas acreditam em vida após a morte e reencarnação, então cabe ao ator compreender o personagem e dar a ele vida suficiente para chegar ao espectador com credibilidade e foi isso que eu procurei fazer.

O senhor encara sua carreira artística como uma missão na Terra?
Toda profissão é uma missão. Quando você faz o que você gosta você não trabalha nenhum dia na vida. Eu só faço aquilo que eu gosto. Escolhi essa profissão, abracei e passei dificuldades como todo mundo, mas quando você está no caminho que você escolheu trilhar, você fica na matéria e não trabalha um dia na vida. É uma missão por que eu me dedico, sou disciplinado, sou bom aluno, atento aos amigos espirituais e a quem sabe mais do que eu. É uma disciplina para seguir subindo em direção a um entendimento maior, sendo assim, é uma missão.

Alguns criticam o fato do tema espiritismo ocupar, atualmente, a grande mídia, apontam como um modismo. Qual sua opinião a respeito disso?
Se estiver na moda, não vai sair da moda nunca. É como óculos, quem precisa vai usar a vida inteira. Não está na moda, está no inconsciente coletivo, o planeta todo faz a mesma pesquisa, pra fazer a mesma coisa, pra viver melhor. Alguém capta isso e colocam em forma de cinema, música, teatro, televisão, novelas... O ser humano encarnado atingiu maturidade suficiente para já compreender e se adaptar a essa nova realidade que a doutrina espírita demonstra e traz com muita felicidade. Bateu de frente com o inconsciente coletivo, todo mundo quer, vamos dá a eles o que querem para viver melhor com isso.

Nos bastidores de filmes, como o Nosso Lar, costumam ocorrer experiências de natureza espiritual. Houve algum fato registrado durante a produção?
Podem ter acontecido fatos isolados, mas eu acho que o maior fenômeno que aconteceu foi o respeito. A equipe se respeitando, os atores respeitando uns aos outros, aos diretores e às decisões com relação aos personagens. O maior fenômeno que pode acontecer num local é viver em paz. Agora, como espírita, não tenho a menor dúvida que o mundo espiritual protegeu e envolveu todo mundo o tempo todo pra podermos realizar com tamanha tranqüilidade. Os espíritos estão na nossa vida ininterruptamente, enxerga quem quer. Quem tem boas intuições quer se aproximar mais da espiritualidade. Não tenho dúvidas que a espiritualidade orquestrou o tempo todo esse grande evento que foi fazer o filme.

É a primeira vez que visita Conquista?
Acho que é, não tenho certeza. Eu viajo o Brasil de ponta a ponta e quando eu entro numa cidade eu acho que já estive ali. Então, eu diria que eu acho que eu já estive aqui.

(Entrevista publicada no site Conquista News)

4 comentários:

Joana Rocha disse...

Nossa mor, vc alugou o cara, rs! A entrevista ficou ótima, gostei muito, parabéns! Vc sentiu alguma coisa diferente ao fazê-la? Pois, senti ao ler...

Anônimo disse...

Oi, Ailton

´Publiquei a entrevista com o Renato Prieto no blog de divulgação dele ok? excelente trabalho

um abraço

Semíramis Alencar

Adla Viana disse...

Um entrevistador que atua com paixão e um entrevistado que, pela fala, atua com paixão! O resultado disso são leitores que lêem com paixão! Parabéns Ailton... sempre admirei você e continuarei sempre! Forte abraço!

Semíramis F. Alencar Moreira disse...

Teatro. A morte é uma piada Vitória da Conquista, BA
RENATO PRIETO em A MORTE É UMA PIADA!
O novo espetáculo de Renato Prieto, ”A MORTE, É UMA PIADA!”, é uma reflexão sobre o lado cômico da morte.


A proposta do projeto que montou 11 espetáculos diferentes, assistidos por mais de 5 milhões de pessoas, é dar a oportunidade a elas de fazerem uma reflexão séria sobre um tema que inquieta a todos: de onde viemos, o que estamos fazendo aqui, para onde vamos.


RENATO PRIETO É O PROTAGONISTA DO FILME NOSSO LAR


Com inesquecíveis músicas de Roberto Carlos, Milton Nascimento/ Fernando Brant, Nelson Cavaquinho/ Guilherme de Brito, Paulo César Feital e Noel Rosa


A MORTE É UMA PIADA!

Direção/texto: Cyrano Rosalém

Centro de Convenções UEVC

Av. Rosa Cruz, 1019 – Candeias


27 de Maio de 2011 – 21h

Informações: 77-3424-6323
ELENCO: Renato Prieto, Sylvia D´Silva e Rosana Penna

Figurino: Anete Cota


Classificação 10 anos

Ingresso: R$ 40,00 – Venda antecipada até 23 de maio: R$ 20,00

Detalhes em http://renatoprieto.wordpress.com