9.6.12

#100Camillo XXVII: Milagre da Saudade



Nunca mais eu te vi. Meus olhos nunca
Mais se pousaram sobre os teus. Entanto
Inda a saudade- essa rendeira - tronca
Os fios da minha sorte em fios de pranto

Nunca mais eu te vi. Fere-me tanto
Da negra ausência a garra negra e adunca...
Não mais me deslumbrei no teu encanto...
De dôr a vida a minha estrada junca...

Nada soubeste. Mas, na minha vida,
Foste o maior romance de martírio,
A novela mais triste e dolorida...

E, hoje, que a solidão minh'alma invade,
Ainda te vejo, pura como um lírio,
Alva, etérea. Nimbada de saudade...

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