10.8.12

Curiosidades sobre Jorge Amado

A Bahia comemora hoje o centenário do escritor que revelou ao mundo a magia do estado onde "vive o povo mais doce do Brasil" - palavras do próprio Jorge Amado. Nascido na região de Itabuna em 10 de agosto de 1912, ele é um dos autores mais importantes e populares do modernismo brasileiro, foi membro da Academia Brasileira de Letras e autor adaptado com sucesso para o cinema e a televisão. Abaixo, algumas curiosidades sobre o amado Jorge.

Deputado - Deputado constituinte pelo Partido Comunista Brasileiro, em 1946, Jorge Amado foi o principal responsável pela inclusão da emenda constitucional (o inciso 6º do artigo 5º) mantida até hoje, que garante a liberdade de crença e culto no Brasil. Quando o partido foi colocado na clandestinidade, Jorge Amado teve o mandato cassado (Acima, cartaz de sua candidatura).

Glauber Rocha - "Glauber era um menino quando o conhecemos. Ainda não havia filmado O Pátio. Jorge tinha por ele imensa ternura e acompanhou sua carreira passo a passo, dando-lhe sempre a maior força, esteve presente em momento difíceis de sua vida. Glauber retribuía com idêntica amizade e admiração. Realizou um documentário sobre Jorge, "Jorgeamado no Cinema". Foi-nos dada a terrível provação de assistir sua agonia em Lisboa, em 1981. A foto que aqui se publica é o último retrato de Glauber, feito por mim no hospital Lisboeta, poucos dias antes de sua morte. Glauber era um profeta, era um turbilhão, era São Jorge contra o dragão da maldade" (Zélia Gattai).


Homenagem ao escritor, presente de um amigo
Sapos - Jorge colecionava sapos e espalhava as peças pela casa e pelo jardim de sua casa para que as pessoas os descobrissem. Se divertia com os sapos e com a surpresa dos que lhe visitavam.

Casa - A casa de Jorge e Zélia no Rio Vermelho tinha um imenso jardim, onde o escritor gostava de ficar. Uma mini-floresta considerada sagrada para o casal. "Papai dizia que trabalhar como jardineiro era ótimo para ele pensar nos livros", lembrou Paloma Amado. Um projeto para transformar a casa em memorial foi apresentado pela família do escritor à Secretaria de Cultura da Bahia.

Com Mãe Menininha
Candomblé - “Não sou religioso mas tenho assistido a muita mágica. Sou supersticioso e acredito em milagres. A vida é feita de acontecimentos comuns e de milagres”, assim dizia o escritor baiano, militante comunista, obá de Xangô, filho e ogã de Oxóssi. Foi por volta dos 16 anos, através do amigo etnólogo Edilson Carneiro, que Jorge Amado mergulhou na religião afro-brasileira.

Símbolo - Muito usado por Jorge, tanto em seus livros quanto nas suas casas, essa figura simboliza Exu, conhecido como o Orixá da comunicação ou como o guardião. Exu foi escolhido como guardião da Fundação Casa de Jorge Amado a pedido do escritor. Mesmo antes que a casa fosse inaugurada, Jorge fez questão de que se assentasse o orixá na entrada.

Simone Beauvoir , Jean Paul Sartre e Jorge Amado em Ilhéus
Sartre - Com o cancelamento, em 1948, do registro do Partido Comunista, Jorge Amado parte sozinho em exílio voluntário para Paris. Na Europa, o escritor trava amizade com Jean-Paul Sartre, Picasso e outros expoentes da literatura e da arte mundial. Em 1961, o filósofo francês visitou o Brasil, a convite de Jorge Amado, passando por Salvador, Ilhéus, Brasília e o Rio de Janeiro.

Cordel - Entre a intertextualidade típica de Jorge Amado, está a referência à literatura de cordel. Mark J. Curran considera "Tereza Batista cansada de guerra" um romance de “cordel em prosa”. Em "Tenda dos Milagres", um dos cenários principais é a tipografa do Pelourinho, onde se imprimem folhetos de cordel e se reúnem seus criadores e apreciadores. O diálogo com o cordel transparece em longas epígrafes e subtítulos. Também em "Gabriela, cravo e canela", o cordel ecoa no ritmo de passagens em prosa poética.

Censura - Um livro politicamente revolucionário para a época, Capitães de Areia, escrito em 1937, foi censurado, e Jorge Amado preso pela polícia do Estado Novo (1937-45), regime de exceção instituído por Getúlio Vargas que limitava a liberdade política. Mais de mil exemplares de livros foram queimados em uma grande fogueira em praça pública em Salvador.

Gabriela em japonês
Mundial - Jorge é um dos autores brasileiros mais publicados em todo o mundo, atrás apenas de Paulo Coelho: sua obra foi editada em 55 países, em 49 idiomas e dialetos.

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