24.7.06

O senhor da minha rua


Toda tarde, por volta das três ou quatro horas, a algumas casas abaixo da minha, um senhor, já bem transformado pela idade, coloca uma cadeira à sua porta e se senta. Toda e qualquer pessoa que passar por ali, pode ser do outro lado da rua, quantas vezes for, ele cumprimenta, levanta sua mão frágil em direção à pessoa.

Podem me perguntar que sentido tem isso, para ele há sim um sentido. Para mim, que respondo, quando passo, ao seu cumprimento, o sentido é bem menor. Talvez por educação ou por respeitar o sentido que tem para ele se eu responder ao seu cumprimento, ou talvez por me sentir como ele quando o vejo cumprimentar-me.

É estranho, mas é preciso. Não só com esse senhor que me preocupa em “falar” quando o vejo, mas todos quem conheço. Pra mim é muito mais que querer ser educado ou dizer “te conheço”, é sentir e passar quanto é bom ver aquela pessoa, sorrir para ela, talvez até parar e trocarmos algumas palavras, quando não resolvemos trocar de caminho para acompanhar e desfrutar da companhia.

É bom ver e sentir o quanto as pessoas se preocupam com a gente, e isso só acontece nos momentos de menor importância, sem nenhuma planejamento, quando menos esperamos... Aí rimos, nos preenchemos e nos convencemos do quanto é bom acordar todo dia e deixar o sorriso se espalhar como remédio para as pessoas que realmente gostamos.

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