6.1.08

Norte-americanos sinalizam desejo de mudança


Deu Obamania. Foi o milagre Huckabee. Os resultados da largada da maratona presidencial americana em Iowa, na quinta-feira, são simplesmente espetaculares. Podem ser definidos como históricos. No lado democrata, Barack Obama comprovou que é para valer. O jargão é correto. Obama é o agente da mudança, capaz de inspirar as massas e encarnar espontaneidade.


Barack é o futuro, tem o espírito de John Kennedy e fôlego político para seguir adiante na corrida extenuante. Ele cativa os jovens, quem nunca votou e até as mulheres, que supostamente cerrariam fileiras com muito mais ardor com a companheira Hillary Clinton.


Assim como Barack Obama, o republicano Mike Huckabee é um agente da mudança, uma voz contra o status quo, misturando uma mensagem de fervor religioso com populismo econômico. O establishment republicano ficou desolado com a vitória do ex-governador do pequeno estado de Arkansas (o mesmo de Bill Clinton). Huckabee enfrentou a campanha empacotada de Mitt Romney sem recursos, mas com uma riqueza de espontaneidade e gafes. Foi perdoado por comentários simplórios, mas ganhou pontos por se distanciar da ala republicano associada a Wall Street e à desastrosa arrogância em política externa da Casa Branca de George W. Bush.


Não se trata de partidarismo, mas a vitória de Barack Obama entre os democratas é mais retumbante do que a de Huckabee nas hostes republicanas. É inacreditável, mas um candidato negro (que certa vez se definiu como um magrela de nome engraçado) venceu em Iowa, um estado em que 93% dos habitantes são brancos. É um comovente triunfo pessoal. Barack Obama está de parabéns, Iowa está de parabéns. Um país com tantas feridas raciais avançou na cicatrização. O resultado mostra o amadurecimento americano e o potencial político de Barack Obama, que é negro, mas não apela para a cartada racial.


Os eleitores de Iowa, um estado de gente sensata e cuidadosa, sinalizaram que os americanos querem mudanças. Barack Obama e Mike Huckabee são os agentes iniciais. Um deles, talvez, troque as fechaduras da Casa Branca.

Texto de
Caio Blinder, de Nova York

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