23.7.09

Duas revistas, duas realidades?



Essas duas capas chamaram a minha atenção quando as vi. Como pode, a mesma foto? No entanto, as fotos parecidas que ilustram as capas (porque elas não são iguais) são detalhes dentro das singularidades que estas duas edições apresentam, tanto que serviram de objeto para o meu trabalho de conclusão de curso. Intitulada Jornalismo, enquadramento e ideologia: a renúncia de Fidel Castro nas revistas CartaCapital e Veja, a monografia traça as relações entre jornalismo e ideologia e como se dá tal relação diante da ideia de enquadramento de mídia, com base em texto de Mauro Porto (Enquadramento da mídia e política) e metodologia apresentada por Murilo Cezar Soares (análise de enquadramento).

As duas revistas abordaram a renúncia de Fidel Castro, analisando os seus possíveis desdobramentos, com os mesmos enquadramentos conforme categorias de Porto, no entanto, o que cada revista apresenta são representações diferentes acerca de uma mesma realidade e de um mesmo personagem. Cada revista tem sua Cuba e o seu Fidel. E o jornalismo não é a apresentação dos fatos e a representação da realidade? É preciso abandonar de vez essa ideia do "jornalismo espelho", imparcial e neutro. O jornalismo representa sim a realidade, só que conforme as ideologias do meio (interno e externo à prática jornalística) e, principalmente, dos donos dos veículos. O jornalismo nos apresenta a realidade conforme o "apresentador" a compreende, a entende e, então, a enquadra dentro de uma linha que conota sentido, como a editorial.

Sou suspeito para indicar, mas vale a pena ler e refletir sobre o jornalismo que consumimos:
Ailton Fernandes. Jornalismo, enquadramento e ideologia: a renúncia de Fidel Castro nas revistas CartaCapital e Veja. 2009. Trabalho de Conclusão de Curso. (Graduação em Comunicação Social - Jornalismo) - Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia. Orientador: Ana Claudia Pacheco de Andrade.

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