18.10.09

Política em 140 caracteres

Por Victor Barone (Observtório da Imprensa)

O Twitter tem se configurado como uma importante ferramenta de interação e de manifestação política. No Irã, em junho, a plataforma sustentou os opositores do presidente Mahmoud Ahmadinejad, driblando a censura e levando ao mundo imagens da repressão. No Brasil, um movimento pela renúncia do presidente do Senado, José Sarney ganhou espaço a partir da tag #forasarney. Grupos sociais dos mais diversos matizes têm usado o microblog para divulgar suas idéias, angariar aliados, debater suas propostas. Trata-se de uma ágora virtual que, em meio à babel de mensagens em 140 caracteres, possibilita que "cada um seja o seu próprio Roberto Marinho", conforme definiu o jornalista/blogueiro Marcelo Tas recentemente, durante o Seminário INFO – Twitter, Orkut e Flickr.

Um estudo da agência americana Interpret – citado em reportagem do Wall Street Journal – revela que os usuários do Twitter são mais receptivos a publicidade que os integrantes de outras redes sociais. Segundo o levantamento, os tuiteiros fazem mais resenhas, dão mais notas a produtos através da internet (24% contra 12% dos usuários de outras redes sociais), visitam mais perfis online de empresas (20% contra 11%) e clicam em mais anúncios ou patrocínios (20% contra 9%). Uma mina de ouro para quem quer promover um produto, ou a si mesmo.

O resultado é que esta imensa rede, na qual multidões circulam diariamente, tem atraído a atenção de políticos e instituições governamentais. Vereadores, deputados estaduais e federais, senadores e governadores aderiram ao microblog, ao lado de uma miríade de pré-candidatos às eleições de 2010. A maioria ainda não entendeu a vocação e o potencial das mídias sociais, mas os que compreenderem os seus meandros poderão obter vantagens ao estreitarem de forma transparente as suas relações com a população.

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