Para algumas pessoas a mulher não combina com muita coisa. O dito sexo frágil ainda é visto, por exemplo, como inadequado para a política. Apesar do espaço que a mulher já conquistou, as barreiras, o machismo e o tradicionalismo que já conseguiram vencer, o desrespeito e o preconceito ainda é grande. Este ano, duas mulheres são pré-candidatas à presidência do Brasil, mas já se houve por aí coisas do tipo "eu vou votar numa mulher?"
Vitória da Conquista tem hoje apenas uma vereadora no Legislativo, no entanto o cenário já foi mais feminino. Só que a ausência das mulheres no âmbito da política não é um exemplo apenas da nossa cidade. Na Câmara dos Deputado Federais, de 513 parlamentares, apenas 45 são mulheres (nenhuma ocupa cargo na Mesa Diretora). No Senado, das 81 vagas, apenas dez são ocupadas por mulheres. Entre governadores estaduais, elas são 4 de 27.
O exemplo que deixo aqui é da primeira vereadora de Conquista, Ilza Matos, hoje com 72 anos.
Mãe, esposa, odontóloga, professora e dona-de-casa, Ilza ingressou na política com pouco mais de 30 anos, no antigo MDB. Ela foi convencida pelo cunhado Jadiel Matos devido à popularidade que tinha na cidade. Quando iniciou na vida pública, vereador não tinha salário e lutava apenas pelos ideais políticos, buscando melhorias para a cidade. Ilza Matos atuou em duas legislaturas sem remuneração e nas demais o valor era irrisório. Ela foi autora de vários projetos de construção de escolas, chafarizes e outras obras importantes de Conquista, algumas das quais não se recorda em função de um derrame que sofreu há alguns anos e de outros problemas de saúde que enfrenta no momento. Mas, uma das obras mais importantes que contou com apoio de Ilza Matos foi a construção da Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia – Uesb.
Além de ter sido a primeira vereadora da cidade, Ilza Matos foi também a primeira presidenta de um legislativo do Brasil.
(Informações do jornal A Semana)
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