2.10.10

Marina: a esperança dos verdes


Maria Osmarina Marina da Silva Vaz de Lima (PV)
52 anos, nascida em Rio Branco (AC), casada e graduada em História.
Sem coligação. Vice: Guilherme Leal (PV)
Limite para gastos em campanha: R$ 90 milhões
Declaração de bens: R$ 149.264,38
Site oficial: www.minhamarina.org.br

Em defesa de uma nação de baixo carbono, a senadora Marina Silva é candidata pelo Partido Verde à presidência da República. Acriana, filha de seringueiros, caminhava sete quilômetros com o pai para ajudar no seringal, só foi se alfabetizar aos dezesseis anos, quando foi morar num convento, queria ser freira. Desistiu e foi ser empregada doméstica na casa de uma professora. Muito debilitada pela saúde frágil, conseguiu tratamento em São Paulo.

Quando criança, teve cinco malárias, uma leishmaniose e três hepatites. Tudo decorrente de uma contaminação causada pelo mercúrio, aos seis anos. Por isso, hoje, Marina não pode comer, usar, cheirar, encostar em uma lista de coisas: frutos do mar, condimentos, lactose, carne vermelha, álcool, bebidas gasosas, qualquer cosmético, perfume, tinta de impressora, carpete, poeira. O contato com qualquer um deles lhe causa imediata coceira, falta de ar e, às vezes, taquicardia. Ela também não se dá com ar-condicionado.

Na volta de São Paulo, conheceu Raimundo Souza, seu primeiro namorado. Casaram-se e foram morar num barraco na periferia. Concluiu o primeiro e o segundo graus e logo depois foi aprovada no vestibular de história da Universidade Federal do Acre. Com Raimundo, teve dois filhos, Shalon e Danilo. Na faculdade, entrou para o grupo de teatro, apaixonada pela política, candidatou-se a Centro Acadêmico e filiou-se no Partido Revolucionário Socialista. Ao fazer um trabalho, conheceu Chico Mendes. Em 1984, ajudou a fundar a CUT (Central Única dos Trabalhadores) no Acre. Chico Mendes foi o primeiro coordenador da entidade e Marina a vice-coordenadora. Pouco tempo depois já havia se filiado ao Partido dos Trabalhadores para ajudar o companheiro a se eleger deputado estadual.

Em 86, disputou seu primeiro cargo público, concorreu a uma vaga na Câmara dos Deputados. Ficou entre os cinco mais votados, mas o partido não atingiu o quociente eleitoral mínimo exigido. Dois anos depois, foi eleita vereadora, a mais votada de Rio Branco. E nas eleições de 90, eleita deputada estadual, quando liderou o movimento para acabar com a aposentadoria de ex-governantes. Já casada com seu segundo marido, Fábio Vaz de Lima, pai das suas filhas Moara e Mayara, Marina chegou ao senado em 1994. Já no fim desse mandato, passou mal em uma viagem e foi internada às pressas, sendo desenganada pelos médicos. Ficou um ano e oito meses de cama, para comer, tinham que lhe dar comida na boca. Nos 14 anos como senadora, apresentou quase sessenta projetos de lei, quatro propostas de emendas à Constituição e dois decretos legislativos. De sua autoria, viraram lei o projeto que concedia anistia aos marinheiros da revolta da Chibata, o que torna mais rigorosa a punição de quem divulga pornografia infantil na internet e o que inclui Chico Mendes no Livro de Aço dos Heróis da Pátria.

Em 2002, logo após ser eleito, Lula foi aos Estados Unidos, de lá revelou o nome dos primeiros ministros, entre eles estava a senadora Marina Silva para a pasta do Meio Ambiente. Os jornais New York Times e Financial Times repercutiram a notícia, comemorando. No primeiro mandato de Lula, Marina conseguiu feitos inéditos, colocou mais de 700 pessoas na cadeia por crimes ambientais, bateu o recorde de delimitações de terras preservadas, aprimorou o sistema de licenciamento ambiental e diminuiu o ritmo do desmatamento da Amazônia. Foi uma das principais articuladoras do Plano Sustentável da Amazônia. Uma das conquistas da ministra foi o Plano de Ação para Prevenção e o Controle do Desmatamento da Amazônia Legal, que contou com o esforço integrado de 14 ministérios. Graças ao projeto, o ritmo de desmatamento da Amazônia caiu 57% em apenas três anos, passando de 27 mil km² para 11 mil km² ao ano. Mais de 1.500 empresas ilegais foram desmanteladas, com a prisão de 700 pessoas. A apreensão de madeira somou um milhão de metros cúbicos. Iniciativas como essa aumentaram sua projeção internacional. No final de 2007, o jornal britânico “The Guardian” incluiu a então ministra entre as 50 pessoas que podem ajudar a salvar o planeta.

Em maio de 2008, pediu demissão do ministério, cansada das pressões para liberar as licenças ambientais de investimentos que interessavam ao governo, como as obras do PAC. "As minhas idéias não cabiam mais naquela configuração", justificou, posteriormente, a desfiliação do partido, acontecida três meses após a saída do governo. A filiação ao PV aconteceu na semana seguinte.

Sua candidatura apóia-se na ideia de fazer o país progredir respeitando o meio ambiente, sob a ótica da sustentabilidade. Evangélica da Assembleia de Deus, Marina propõe um plano de governo construído por intelectuais e políticos. A candidata não é de fazer ataques diretos, reconhece conquistas dos governos FHC e Lula, entre elas a estabilização econômica e a redução da pobreza, e garante que é possível continuar crescendo e tocar a economia dentro de um sistema capitalista defendendo a baixa emissão de carbono. Os verdes não se coligaram com outros partidos e criticam as alianças que visam garantir cargos e cadeiras nas instituições públicas. Para Marina, o Brasil precisa fazer política de forma programática e não pragmática. A candidatura conquistou os desacreditados na política e despertou aqueles que sonham com o país do futuro.

Algumas declarações da candidata:
"Estou propondo a sustentabilidade social, ambiental, cultural, política e ética, para produzirmos uma economia do século 21"
"A gente pensa que tem uma causa, mas é a causa que tem a gente"
"Não dá mais para pensar num mundo com os velhos conceitos de esquerda e direita. O desafio é muito maior que isso"
"Não vale tudo para ganhar uma eleição. Eu jamais seria capaz de fazer uma armação"
"A nossa sociedade é patriarcal. As pessoas querem um líder que ocupe o lugar de pai. Na democracia, você não pode oferecer um destino. Você oferece as possibilidades de um mundo melhor. E não um salvador da pátria"
"O PAC não é um programa de governo, é um programa de gestão"
"As melhores ferramentas para combater a corrupção são instituições pessoas virtuosas, mas as pessoas estão sujeitas a falhas"
"Não sou oposição, nem situação, sou sucessão"

Um comentário:

Joana Rocha disse...

Essa é um pouco da história, da luta e das vitórias de Marina Silva. A candidata mais competente para presidir o país. Ela é esperança para uma nação melhor! EU voto Marina43, para presidente do BRASIL!