Zéu Britto lança CD e DVD Saliva-me ao vivo
Matéria do divirta-se.uai.com.br
Definitivamente, Deus deu o dom da graça ao baiano Zéu Britto. Ator, compositor, cantor e – antes de tudo – performer, o rapaz de Jequié lança o hilário Saliva-me ao vivo, CD e DVD produzidos pelo Canal Brasil. O show foi gravado há três anos no Teatro Livre da Fundição Progresso, no Rio de Janeiro.
“Parque de diversões” ambulante, alto, magrelo e carismático, Zéu sabe fazer humor inteligente. Diverte sem gigolar o grotesco, sem tirar onda com a cara dos outros – como virou moda ultimamente. Apresentador do programa Retalhão, no Canal Brasil, atualmente comanda Zéu de estrelas na mesma emissora. Também participou de atrações como Sob nova direção e A diarista, na Globo.
Em Saliva-me, o moço exibe seu lado compositor e cantor. Personagem ímpar da cena soteropolitana, suas canções e performances o projetaram como figura sui generis em meio à turma de novos baianos que vem encantando o Brasil – Wagner Moura, Lázaro Ramos e Vladimir Brichta, entre outros.
O cancioneiro de Zéu lembra a farra dos saudosos Mamonas Assassinas. Mais sofisticado que os rapazes paulistas, mortos em acidente aéreo há 14 anos, o baiano é um profissional da palavra. Poeta, escreve para seriados e musicais, compõe trilhas sonoras de peças e filmes (Soraya queimada, do longa Meu tio matou um cara, é dele).
Zéu brinca, mas não se faz de inconveniente. Comete bizarrices com a cara mais limpa do mundo. Compôs o Hino de louvor às raspadas, inspirado na “histórica” Playboy que pôs a atriz Claudia Ohana no altar das gostosonas nacionais. “Raspe logo o matagal/ pra livrar a área do quintal”, canta ele. Descreve aventuras de uma noite de motel (“essa cama de nós dois/ sacudindo de alegria”), inventa orgia marítima (“depois que mexeram na enguia/ só rolou ousadia no fundo do mar/ a lagosta, obscena,/ acorrentou as piabas e obrigou-as a transar”). Os adultos que lotaram o Teatro Livre se esbaldaram, mas papais e mamães podem tranquilamente pôr o CD para tocar no carro. Ali não há nada que choque a criançada fã do sabão crá-crá.
Farra - Diva da folia baiana, Ivete Sangalo dá o ar de sua graça no show do conterrâneo. Os dois cantam Brega de Leila, homenagem aos rendez vous tão característicos do interior do Brasil. A morena se derrete em elogios a Zéu, encanta-se com o jeito leve e divertido que ele arranjou para celebrar a folclórica zona – aliás, imortalizada no imaginário nacional por Jorge Amado, outro conterrâneo da dupla.Herdeiro da picardia nacional, ele é uma espécie de “versão século 21” da proverbial (e saudável) safadeza que tanto inspirou marchinhas de carnaval.
Zéu dedicou canção à azia, compôs uma inacreditável homenagem a Mirabel. O “muso”, no caso, é aquele biscoito recheado tão querido de tios e tias sukitas. O campeão dos recreios despreza o cream cracker e lidera rebelião gastronômica, aliado à bolacha maria, a empadinhas e a croquetes. Até ser fulminado pelo Tang laranja. Acredite: esta maluquice deu rock!
Saliva-me, explica Zéu Britto, é “o resultado alquímico” de vários elementos de seu trabalho, sobretudo de shows que fazia em Salvador, batizados de Festa na cama, Voz, violão e ousadia ou Merendando com os amigos. Cercado de banda formada na brodagem – André Moraes (arranjos), Alex Fonseca (bateria), Fábio Gomes (baixo), Diogo Albuquerque (gaita), Mano Martinelli (guitarra) e Toinho Van Van (teclado), além do convidado Maurício Baia –, o baiano apimenta sua farra com pegada roqueira, com pitadas de reggae e MPB.
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