15.4.11

É proibido proibir!

Apodero-me dessa máxima do cancioneiro Caetano Veloso para intitular um texto sobre algumas coisas que me despertam para o argumento "malacabado" de cada-dia.

Sou contra toda e qualquer manifestação convertida em forma censura. Não falo apenas dos que detém os veículos de comunicação, os que dirigem e redigem os discursos em suas mais diversas formas. Meu argumento vale para todas as situações. Sou adepto do "é quebrando a cara que se aprende". Por isso, não contem comigo para apoiar qualquer proibição.

- Sinta-se livre para escolher, você deve saber o que é melhor. - Talvez você só irá ouvir isso de novo de uma atendente de livraria...

"Você é livre, desde que concorde comigo. Fale e pense o que quiser, desde que não fale mal de mim. Caso contrário, proíbo!" Ultimamente tem sido assim, aquilo que não se consegue combater (ou não se esforça para combater), proíbe-se. E proibir nada mais é que impedir, vedar, censurar!

A sociedade já é cheia de regras, de limites e convenções que nos moldam para viver harmoniosamente, apesar de não existir harmonia alguma... No entanto, não satisfeitos, nossos legisladores adotam sempre o caminho mais prático (e mais fácil), o de criar uma nova lei, onde PROIBIR é a ordem.

- De proibições nós já estamos cheios!

Esse é o grito de quem já está cansado de ter que lembrar o que pode e o que não pode fazer, o que pode ou não dizer, onde pode ir, o que vestir, o que pensar... O fato é que se as proibições bastassem, não seriam necessárias novas proibições. E, se houvesse respeito ao direito do outro, talvez nada precisaria ser proibido...

Proibir é a receita mais rápida. Corrigir, educar e orientar, que requerem tempo e dedicação, são deixados de lado. De cara, optam por reprimir, condenar e por barrar antes de qualquer outra coisa. Por vezes, o efeito é inverso: proibido é que é bom! - diz alguém.

"Querem me proibir de passar por ali, querem me calar por ser do contra, querem deter minha arma, querem fechar o meu bar, querem prender o meu carro, querem corrigir meu vocabulário, e, não só querem, como exigem, até o meu sangue!"

O que não se pode fazer gera a curiosidade, atiça a vontade e desperta o desejo. Ainda mais naqueles que já não estavam preparados para conviver com as liberdades antes das proibições. A liberdade de poder escolher é (ou foi) bibelô para poucos. Por sua sobrevivência, mesmo que à míngua, que se proíbam apenas o verbo proibir!

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