... Apoís num Samba
Essa cabôca marvada,
Mais bunita e percurada
Pelos cabra do arredô,
Oiô pra mim e me falou,
Toda vremêia, qui queria
Ficá na minha companhia,
Morá mais eu... sê minha só.
As estrelinha mi ispiava
No céo escuro... A sanfona não parava,
E eu, apertando, doido, as mãos dessa cabôca,
Machucando a frô da boca
Da marvada, da bandida,
Roubei um beijo o mais cheroso,
O mais mió, o mais gostoso
Que eu já dei na minha vida.
Deixei a róça e a viola. Si tremia
O só marvado, qui nem braza,
Dando a vórta do mei dia,
Na sombra da gameleira
Qui tem na frente lá de casa,
( Pois só pode tê priguiça
O home qui tem muié,)
No colo dela eu cochilava...
E elá, dengosa, me agradava
Me matando cafuné.
Mais porem, éla, o pai e a mãe da farcidade,
Rumou a troxa e me deixou
Quéssa infeliz dessa sôdade!
Oh! péstiada de cabôca!
Oh! miserave de muié!
Antes eu nunca te beijasse nessa boca,
Antes tu nunca me catasse cafuné!
Antes tu nunca me botasse esse feitiço,
- Pae e mãe da farsidade!
Prá eu ficá banzando, triste, depois disso,
Quéssa infeliz dessa sôdade!
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