14.4.12

#100Camillo XIX: Grito da Dúvida


Há na minha alma este tormento imenso:
Um céu de estrelas todo pontilhado
Para onde quer subir meu sonho ousado,
Galgando a altura em espirais de incenso.

Foge-me a estrela que eu, alucinado,
Tento prender. E, em prantos, me convenço
Do impossível, o olhar ao céu suspenso;
Mãos erguidas, o rosto transtornado...

Ó tu que a minha vida tantalizas
Com promessas vazias, imprecisas,
Fugidias, perdidas, abstratas.

Na mais rude tragédia entre as mais rudes,
Se não me amas, por que tu me iludes?
Se tu me iludes, por que não me matas?... 

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