28.4.12

#100Camillo XXI: Casa Velha


Velha ruína de casa de fazenda,
Exposta ao sol, à chuva, ao frio, ao luar,
Um passado de dor se me desvenda,
Se em ti descanso o meu sentido olhar.

Penso, ao te ver assim, velha vivenda
Numa vida que nunca há de voltar.
Ouço um gemido triste de moenda
Que a ilusão geme para me enganar.

E ouço velhas correntes vagarosas,
Arrastadas por almas de cativos;
Ouço gemidos tétricos de dor

De mães, nas despedidas dolorosas;
De amantes, nos momentos pungitivos
Em que nasce a saudade e morre o amor...

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