Dizem que a Koockaburra, uma ave australiana,
Com as garras e o bico, em luta encarniçada,
Toda serpente que lhe vem ao alcance esgana,
Do bote sem temer a pérfida cilada.
E no bico levando a cobra inanimada,
Voa e mostra o troféu de que tanto se ufana;
E canta. A sua voz é uma alta gargalhada
De glória e de prazer, bem forte e muito humana.
O poeta é bem assim. Com a clava do verso,
Abate o mau; eleva o justo; ata o perverso
Da eterna execração no cadafalso atroz.
Paira no alto, depois. E, da tuba impoluta,
Tira o hino ao dever cumprido, à glória, à luta,
Sem que o tempo consuma o clamor dessa voz...
Nenhum comentário:
Postar um comentário