Dicas rápidas para fazer uma propaganda de sucesso (baseadas em exemplos coletados em rádios, TVs, jornais e revistas):
Antes de mais nada, para vender produtos de limpeza, coloque mulheres sorrindo ao fazer a faxina de casa. Atenção: só mulheres.
Depois, utilize crianças simpáticas e animais silvestres saltitantes ao fazer um vídeo institucional para uma empresa de agrotóxico. Crianças e animais fofos são como coringas. Nunca falham. Vide o Globo Repórter: na dúvida, botam sempre um especial sobre os filhotes de girafa da África ou os gorilas anões do Congo. Ibope garantido.
Não tenha medo de parecer ridículo. Se for de uma indústria de cigarro, defenda a liberdade com responsabilidade usando um locutor de voz séria, mas aveludada, no rádio.
Cative seu consumidor. Mostre que aquele SUV não polui tanto porque já vem de fábrica com adesivo “Save the Planet”.
Ignore a realidade. Comercial de biscoito recheado deve mostrar só crianças magrinhas. Já sanduba mega-ultra-hiper gorduroso pede uma modelo que só coma alface – e sem sal.
Dê um nó na legislação. Anunciar que um automóvel chega a 300km/h com um limite de velocidade de 120 km/h no país não é crime. Chegar a 300 km/h é que é.
O que os olhos não vêem, o coração não sente. Coloque um grande desmentido com letrinhas bizarramente miúdas no final do comercial de TV para explicar que se quiser comprar um carro naquelas condições anunciadas só sendo trigêmeo, ter mais de 90 anos e vir à loja em dia bissexto do ano do Rato no horóscopo chinês.
Seja sarcástico. Propaganda de carne pode sim usar vaquinhas e franguinhos felizes anunciando o produto. Mesmo que o produto seja de vaquinhas e franguinhos mortos e moídos.
Dividir para conquistar é a melhor saída. Ter o amor pela esposa posto a prova porque a geladeira não é assim uma “Caríssima”, funciona.
Seja dissimulado. Se for um banco, faça um comercial para fazer crer que, para você, as pessoas são mais importantes que o dinheiro delas.
Diga que você é campeão de sustentabilidade. Ninguém entende mesmo o que significa essa palavra.
Por Leonardo Sakamoto
Um comentário:
Como sempre: leve e inteligente!
Sua friend Naty!!!!
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